segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Andromeda strain


Também neste final de semana, o canal de TV a cabo A&E apresentou a minissérie The Andromeda strain, dirigida em 2008 por Mikael Salomon e produzida pelos irmão Ridley e Tony Scott. A história é baseada no best seller homônimo de Michael Crichton (1942-2008) – na verdade o primeiro livro publicado em seu próprio nome, em 1969 – que já conheceu uma adaptação para o cinema, dirigida por Robert Wise em 1971, considerada um clássico do cinema de ficção científica.
A história conta os esforços de um seleto grupo de cientistas isolado em uma base de pesquisas que tenta descobrir o que é e como combater o vírus Andrômeda, que foi acidentalmente liberado de um satélite artificial acidentado numa zona afastada de Utah, quando populares o abriram inadvertidamente. O vírus tem características desconhecidas e é extremamnete agressivo, levando à morte alguns segundos após o contágio. Além do mais, sofre rápidas mutações, adaptando-se ao meio como se fosse inteligente.
Enquanto os cientistas esforçam-se nas pesquisas, um jornalista em crise se arrisca infiltrando-se no meio dos militares envolvidos na evacuação, ao mesmo tempo que um figurão da NSA parece ter algo a esconder sobre todo o caso.
Uma cena curiosa é a de um casal que, depois de encher a cara de maconha, brinca de mímica sobre filmes de cinema, numa metalinguagem muito divertida que foge do padrão sizudo e burocrático da narrativa.

O seriado tem 180 minutos e foi exibido no sábado numa única maratona, reprisada no domingo. Entre os atores, as presenças de Benjamin Bratt (de The cleaner), Daniel Dae Kim (de Lost), Viola Davis (de Solaris) e Eric McCormack (de Will & Grace).
Apesar da produção luxuosa e de efeitos especiais competentes, a história é previsível e usa alguns truquezinhos para funcionar direito. Percebe-se que foi criada para explorar o clima da guerra fria e sua leitura hoje não é tão perturbadora.
O final, no melhor estilo Caçadores da arca perdida, não podia ser mais dejavu, embora justifique-se como um paradoxo, já que a história flerta com a ucronia. Crichton voltaria ao tema mais tarde, plagiando a si mesmo no romance Esfera (1987), com um contexto algo mais sofisticado, também levado aos cinemas em 1998 por Barry Levinson.
Mas The Andromeda strain tem seus méritos, por ser uma boa história de FC no estilo clássico, que pode ser contada sem a profusão de efeitos especiais que caracterizam o gênero atualmente.

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