quarta-feira, 19 de maio de 2010

De fanvistas e rezines



O frenesi autoral dos escritores brasileiros de literatura fantástica continua rendendo itens. A bola da vez são as revistas virtuais, que estão pipocando aqui e ali, retomando uma atividade que em 2009 esteve praticamente interrompida. Entre algumas promessas que são esperadas para as próximas semanas, já foi disponibilizado o primeiro número de R.I.P. - Read In Peace, revista literária editada por M. D. Amado e patrocinada pelo página Estronho, cujo objetivo assumido no editorial é proporcionar ao internauta uma interface mais confortável que a do próprio saite. Mas é claro que a publicação serve também como peça promocional para a coleção Extraneus, uma série de antologias temáticas que o Estronho pretende publicar a partir de 2010. R.I.P. apresenta ficções curtas de Camila Fernandes, Glaucia Piazzi, Luciana Fátima, M. D. Amado, Richard Diegues, Rita Maria Felix, Shirlei Massapust e Marius Arthorius, além de causos e lendas publicadas no saite e uma promoção com prêmio em livros. A revista é bem feitinha, simples e sem firulas, mas não descola do formato de fanzine de terror. De fato, é mesmo um fanzine.

Não que isso seja ruim, fanzines são ótimos, mas parece que a ideia era dar um tom profissional na coisa, mais mainstream, digamos assim. Não deu, ainda falta estofo para que a ficção fantástica brasileira consiga escapar da forte influência gravitacional do fandom, além do que não há nenhuma garantia de que isso vá realmente gerar resultados melhores. Mas é uma tentativa muito bem vinda.
Flores do Lado de Cima, editado por Rosana Raven, mergulha de cabeça fanzinagem sem medo de ser feliz. A nova edição é um número especial dedicado a publicar os primeiros colocados no 2º Concurso de Minicontos do Estronho e Esquésito, vencido por Luiz Ehlers com "Sou eu o monstro?". O visual do fanzine é meio pesado, por conta de uns frisos que se apresentam em todas as páginas, emoldurando as três dezenas de minicontos publicadas mas, já que é um fanzine de terror, tem tudo a ver.

3 comentários:

  1. Oi Cesar, tudo bem?

    Em primeiro lugar, obrigado pela divulgação da R.I.P. e por ter lido o zine.

    Mas gostaria apenas de esclarecer um ponto. Não é intenção da R.I.P. dar um tom profissional a publicação. A R.I.P. é uma extensão do Estronho e como tal, não tem compromisso com profissionalismo. É informal e "estronha", como a proposta o site. Ela tem que seguir a "cara" do site e esse é seu objetivo. Ao contrário da Revista Fantástica, que chegou para cumprir esse papel (e parece que vai fazê-lo muito bem).

    Abraços horripilantes,

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  2. Complementando...

    "as é claro que a publicação serve também como peça promocional para a coleção Extraneus..."

    Obviamente, que seu eu tenho um espaço para divulgação de antologias e obras de literatura fantástica, não tem porque não divulgar o meu próprio projeto. Mas como é perfeitamente possível ver na publicação, outras antologias (pagas e não pagas) são divulgadas. E na número dois, entrarão novas antologias. O objetivo é divulgar o trabalho inclusive de outros sites, blogs e projetos que realmente façam algo pela nossa literatura, independente de serem pequenos ou grandes projetos.

    Abraços...

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  3. Obrigado pelos esclarecimentos, amigo, eles enriqueceram a resenha. Continue o bom trabalho que eu tenho certeza que será bem sucedido a longo prazo. Um abraço.

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